Você já percebeu que muita coisa que tenta fazer dá errado? Aí algumas pessoas falam em autossabotagem (que palavra que ficou estranha com a nova ortografia…) e parece que está tudo explicado, certo?
Errado! Qual a utilidade em saber que se sabota e não conseguir entender como você faz isso? Nenhuma pessoa acorda pela manhã e decide destruir seus próprios planos. Que mecanismo inconsciente faz com que destruamos nossos planos antes deles funcionarem?
Existem diversas formas de explicar, todas são muito boas. A mais simples e clara foi a que está no livro de Shirzad Chamine – Inteligência Positiva. Ele analisou o motivo pelo qual apenas 20% das pessoas alcançam seu potencial.
Todos nós desenvolvemos os sabotadores durante a infância – eles são universais – para sermos aceitos, amados, reconhecidos e sobrevivermos as ameaças. Quando chegamos a idade adulta, eles tentando nos ajudar nos atrapalham. Sabotadores são padrões mentais automáticos que tentando te ajudar trabalham contra você.
O primeiro passo para que eles parem de te atrapalhar é conhecer cada sabotador. Assim você vai saber quando é você pensando ou a vozinha do sabotador. Eles foram divididos em 10 sabotadores para melhor compreensão de como trabalham!
Quem são eles e como agem?
Crítico – o sabotador onipresente
O crítico é o único sabotador que está presente em TODAS as pessoas. Enquanto por um lado ele te auxilia a se preparar para situações arriscadas, ele também atua procurando defeitos em você, nos outros e nas situações. Isso faz com que você sinta-se inadequado, errado e indigno de receber amor e realizar teus objetivos. Por vezes te fazendo atuar como um critico dos outros para sentir-se melhor. O resultado é gerar a maior parte de sua culpa, ansiedade, estresse, raiva, decepção e vergonha.
Para se manter trabalhando e necessário para ti, o crítico afirma uma grande mentira: Sem ele você ou os outros se tornariam preguiçosos sem ambição. Ele te relembra mil vezes que você não é digno de amor sendo quem é. Como se você fosse incompleto ou indigno de amor e aceitação. Dessa forma, estamos constantemente procurando ser amados e receber aquele amor se formos bonzinhos, se formos bem sucedidos, etc… O que equivale a receber uma cenoura por bom comportamento como resultado de um amor condicional e não um amor verdadeiro.
Os cúmplices:
O insistente
O insistente é aquele sabotador que precisa de ordem e organização extremas. O que leva o perfeccionismo ao extremo. Deixa as pessoas ao redor exaustas e o seu emocional drenado na ânsia de perfeição na busca de altos padrões. Esta necessidade de perfeição inatingível gera uma frustração constante por nunca chegar perto da perfeição no que faz.
A mentira em que ele acredita é que o preço pago pelo perfeccionismo é sempre bom e não é muito alto.
O prestativo
O sabotador bonzinho. Te obriga a ser bonzinho e ajudar, agradar, cuidar e elogiar os outros constantemente. Assim, você perde de vista suas necessidades e acaba ressentido. E mais, deixa os outros dependentes de você.
A mentira que ele conta é que faz isso por ser o certo e bom, quando na verdade você está fazendo isso como forma de ganhar afeto, aceitação e atenção de forma indireta.
O hiper-realizador
Esse sabotador faz com que você fique dependente de desempenho e realizações frequentes para reconhecer-se como alguem digno. Acaba baseando-se no que os outros pensam de você e no sucesso exterior ao invés de prestar atenção em como se sente e em sua própria felicidade.
Costuma ser dependente do trabalho e mente para si mesmo ao acreditar que você vale pelo seu desempenho e pelo reconhecimento dos outros.
A vítima
A vítima acredita que se você for o sofredor ou de mártir você vai ganhar atenção e cuidado. Desta forma, você foca de forma exagerada em seus sentimentos, de preferência com os dolorosos. O resultado desse sabotador é que os outros em volta se sentem frustrados por nunca conseguirem te ajudar a se sentir feliz por muito tempo.O que faz com que cansem e você alimente ainda mais esse sabotador.
A vítima se acha nobre por sentir sua dor e o pouco amor que recebe e o modo como os outros ficam compadecidos faz com que ela se sinta reconhecida e aparentemente bem sucedida.
Porém, ela sufoca sua raiva, se emburra e se autoflagela constantemente sempre que suas demandas não são atendidas. Acabando por se sentir sempre infeliz, abandonada e triste.
O hiper-racional
O hiper-racional costuma fazer com que você seja visto como frio e arrogante. Justamente por valorizar em excesso o conhecimento, a razão e o entendimento. Por trás desta casca, está um certo medo em perceberem seus sentimentos mais profundos. Os quais você deixa transparecer quando fala de ideias e objetivos.
Esse sabotador aprendeu que é valorizado apenas quando mostra seu conhecimento e escondeu-se nessa casca evitando se magoar por expor seu íntimo. Dessa forma, sente-se sozinho, frustra-se com pessoas que agem pelas emoções e evita relacionamentos profundos. Foca na análise ao invés de experimentar sentimentos. Assusta as pessoas com a mente analítica. E isso por mentir a si mesmo que a mente racional é o que importa e querer protegê-la a todo custo.
O hiper-vigilante
Esse sabotador coloca teu foco em tudo o que pode dar errado. E como está cuidando o que dá errado, precisa estar atento e vigilante sempre, ou seja, ansiedade no último grau.
Faz com que você acredite que está sempre sendo julgado e ameaçado. Acredita também que os outros irão estragar tudo. Assim, gasta uma energia que poderia ser usada de outras formas mais produtivas. Perde credibilidade pois vê perigo onde não existe e os outros aos poucos começam a evitá-lo.
A mentira que esse sabotador conta poara você é que a vida é cheia de perigos e que precisa ficar alerta.
O inquieto
O inquieto sempre procura algo para evitar estar presente e vivenciando cada momento. Ele busca sempre novas atividades para assim evitar focar no que realmente importa. Está sempre buscando emoção na próxima atividade e nunca consegue estar em paz e satisfeito com o que faz no momento.
Assim, você fica impaciente com o que acontece por querer saber o que vai acontecer depois. Também te faz sentir medo de perder experiências que sejam melhores do que as atuais. Imagine como seria se você viver o agora e perder aquelas mil coisas fascinantes que ainda não ocorreram.
O inquieto justifica suas sabotagens pois, para o que ele acredita, a vida é curta demais e precisa ser vivida intensamente. Se ele não fizer isso ele pode perder algo. Porém, quando age assim, ele perde os momentos mais importantes.
O controlador
O controlador sente-se no fundo magoado e rejeitado e para se proteger desse sentimento, ele aprendeu a deixar tudo sob seu controle. Quando as coisas acontecem fora de seu controle e planejamento ele sente-se ansioso e perdido.
Para evitar esses sentimentos, ele assume responsabilidades na vida, o controle de tudo que é possível para sentir-se aceito e reconhecido. Age de forma confrontadora e direta, sempre orientado aos objetivos sem perceber o sentimento dos outros.
Esse sabotador diz para você que sem ele e sem forçar as pessoas você não conseguiria nada. Te diz que se você não controlar, será controlado e isso é insuportável. O que ele não consegue entender é não é possível controlar tudo e quando se depara com essas verdades ele se frustra e fica ansioso.
O esquivo
O sabotador esquivo quer que você só sinta prazer e sinta-se bem. Assim ele foge de conflitos e nunca diz o que deseja realmente. Te impede de dizer não, age de forma passiva agressiva para evitar confronto e conseguir manter a suposta paz.
Ele faz você reprimir raivas, ressentimentos para não se incomodar. Não aprendendo com as dores e mantendo seus relacionamentos em um nível superficial. Ele mente pra si mesmo que poupar o sentimento dos outros, evitar conflitos e se martirizar te transforma em uma pessoa boa!
Texto de:
Alex Fagundes
Terapeuta, Hipnólogo, Coach Empresarial e Pessoal,Treinador Comportamental, Bacharel em Filosofia, Master Practitioner em Programação Neurolinguística. Mais de dez anos atuando com treinamentos, terapia e coach para melhorar a vida de centenas de pessoas.
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